sábado, 18 de abril de 2009

Aquela cidade tinha tantos caminhos, tantas esquinas, que eu acabei me perdendo. Aquele café e aquela música eram tudo que eu poderia esperar da solidão. Acompanhavam-me. A bebida quente escorreu dentro de mim, tornou-se parte do corpo que eu não queria mais. Meus pés estavam gelados e, de repente, eu sorri. Lembrei das casas caiadas da rua em que cresci. Da voz dela, que parecia encher a sala de um ar quente, ofuscando o colorido do papel de parede. Folhas verdes e azuis e flores cor de rosa escuro. Dor de rosa. A minha dor é só minha, não incomoda e não importa a mais ninguém. A dor dos sozinhos.

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