segunda-feira, 30 de junho de 2008
Augusta
O silêncio era sólido, invadia as narinas e os ouvidos, causava calafrios. Os saltos altos enfiaram-se na lama sem pudor e com agilidade alcançaram o carro. O cavalo, como que respeitando o silêncio, foi devagar, respirando fundo, vencendo o medo que seu instinto colocava. Ele sabia que não era hora de Dona Augusta sair. Mas nutria um sentimento de solidariedade por ela e não fez mais barulho do que o necessário. Já sabia que, se um dia retornasse àquela propriedade, sofreria as conseqüências por tê-la ajudado a fugir. Como sabia que aquilo era uma fuga? Ela não vestiria vermelho se aquela não fosse uma situação perigosa.
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