segunda-feira, 21 de maio de 2007

Título

E hoje não estou com vontade de escrever nada, só de ler. Já passei por Carlos e conheci Caio. Gosto de chamá-los assim, como se fossem amigos, ou ao menos conhecidos, como se tivéssemos cursado a mesma faculdade e trocado idéias vez ou outra.

É porque eu quero muito ser romântica que eu não consigo me completar.

Hoje não vou escrever. Vou sentar minha bunda numa cadeira vermelha furada e esperar o ônibus passar. Talvez seja melhor assim.

“Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): ‘Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai anda’.”

Caio Fernando Abreu, em carta de Dezembro de 1979.

2 comentários:

Eduardo Paschoal disse...

"Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino
sino estelas en la mar..."

Eduardo Paschoal disse...

mesmo assim, eu ainda fico com Beckett quando ele dia que "hoje em dia, qualquer um que preste atenção à sua própria experiência se dá conta de que é a de alguém que não sabe, que não pode"...