E hoje não estou com vontade de escrever nada, só de ler. Já passei por Carlos e conheci Caio. Gosto de chamá-los assim, como se fossem amigos, ou ao menos conhecidos, como se tivéssemos cursado a mesma faculdade e trocado idéias vez ou outra.
É porque eu quero muito ser romântica que eu não consigo me completar.
Hoje não vou escrever. Vou sentar minha bunda numa cadeira vermelha furada e esperar o ônibus passar. Talvez seja melhor assim.
“Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): ‘Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai anda’.”
Caio Fernando Abreu, em carta de Dezembro de 1979.
É porque eu quero muito ser romântica que eu não consigo me completar.
Hoje não vou escrever. Vou sentar minha bunda numa cadeira vermelha furada e esperar o ônibus passar. Talvez seja melhor assim.
“Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): ‘Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai anda’.”
Caio Fernando Abreu, em carta de Dezembro de 1979.
2 comentários:
"Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar..."
mesmo assim, eu ainda fico com Beckett quando ele dia que "hoje em dia, qualquer um que preste atenção à sua própria experiência se dá conta de que é a de alguém que não sabe, que não pode"...
Postar um comentário